Súbitos ataques de vertigem, perda de audição flutuante e barulho no ouvido podem ser sinais de uma doença rara, a Ménière, que atinge uma a cada duas mil pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre as causas desta doença, o excesso de líquido no ouvido interno, conhecido como saco endolinfático, é a mais conclusiva, de acordo com especialistas. Vale destacar, que este líquido acaba sendo secretado e reabsorvido de forma contínua, entretanto, o aumento da produção ou redução da reabsorção pode acontecer sem causa específica, elevando o risco da Doença de Ménière.
Sintomas da Doença de Ménière
As manifestações da Doença de Ménière geralmente ocorrem entre 1 a 6 horas, por isso, muitos denominam como crises.
Apesar disso, há pacientes que relatam sofrer com os fortes sintomas durante 24 horas, entretanto, esses casos são mais raros.
Precedendo a crise, o indivíduo pode sentir uma sensação de entupimento ou pressão no ouvido. Logo após, a audição começa a oscilar junto à recorrência de zumbidos. Geralmente essas manifestações acometem apenas um ouvido.
Além desses problemas na parte auditiva, também é comum o portador da Doença de Ménière sentir uma vertigem incapacitante severa, náusea e vômito.
A variante da doença ainda leva a uma perda auditiva considerada moderada ou grave durante o período de 10 a 15 anos.
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Diagnóstico e tratamento
Para confirmar a Doença de Ménière é necessário realizar alguns exames como o de audição e uma Ressonância magnética com contraste à base de gadolínio (RM).
Apesar de não haver um método comprovado para impedir a perda auditiva, que pode se estender por alguns anos, os sintomas podem ser aliviados através de medicações e até da alimentação.
- Alimentação: Reduzir o consumo de sal, álcool e cafeína pode ajudar a prevenir crises súbitas de vertigem.
- Medicamentos: Fármacos como meclizina ou lorazepam são prescritos para reduzir a ocorrência de vertigens, assim como o proclorperazina para aliviar o vômito. Também podem ser associados outros remédios, que tendem a diminuir a pressão do líquido no ouvido.
- Fisioterapia: Também chamada de terapia de reabilitação vestibular, esta alternativa usa exercícios para reduzir os sintomas de tonturas, melhorar o equilíbrio e a sensibilidade ao movimento. Durante esta prática também são feitas recomendações para ar pelos momentos de crise com segurança.
- Procedimentos menos invasivos: Para casos mais graves, alternativas menos invasivas podem ser adotadas, como é o caso da descompressão do saco endolinfático, onde o osso sobre o saco endolinfático é exposto e uma fina camada de material plástico flexível é colocada no ouvido interno. Também é possível destruir as estruturas do ouvido interno, injetando uma solução de gentamicina no ouvido médio, através do tímpano.
- Cirurgia: Além da alimentação, medicação fisioterapia e procedimentos menos invasivos, há também a possibilidade de realizar uma cirurgia. Neste recurso, o nervo vestibular (neurectomia vestibular) é cortado, o que destrói permanentemente a capacidade do ouvido interno de afetar o equilíbrio. Esta cirurgia geralmente preserva a audição e alivia a vertigem.
Vale destacar, que o tipo de tratamento depende do grau em que a Doença de Ménière se manifesta, portanto, o mais indicado é buscar uma orientação médica, antes de optar por algumas destas alternativas.
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