O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, formalizou um pedido ao governo federal para a convocação de 200 candidatos do cadastro de reserva do último concurso da instituição, realizado em 2024.
A solicitação foi enviada à ministra Esther Dweck, responsável pela pasta de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, com o argumento de que a medida seria essencial para manter o bom funcionamento da autarquia.
No ofício, datado de 6 de maio, Galípolo destaca que o BC enfrenta um processo contínuo de esvaziamento do seu quadro funcional.
Atualmente, a instituição conta com 3.166 servidores ativos, número que representa menos da metade dos 6.470 cargos previstos em lei. Em 2014, esse número era de 4.081.
O déficit, segundo ele, ameaça diretamente a capacidade operacional do Banco Central, sobretudo em um cenário de expansão das atribuições legais da instituição.
O documento estima um impacto orçamentário de R$ 5,8 milhões com a convocação dos novos servidores em novembro deste ano.
Os argumentos de Galípolo
No documento enviado pelo presidente do Banco Central ao governo federal, fica claro que ele tem quatro argumentos para a pressão para a convocação dos aprovados:
- Risco à estabilidade do Sistema Financeiro Nacional: A escassez de pessoal compromete a manutenção de serviços essenciais, como regulação e fiscalização do sistema bancário.
- Crescimento das demandas institucionais: O BC tem recebido novas atribuições por força de leis, exigindo mão de obra qualificada e constante renovação do quadro.
- Validade do concurso: O prazo para aproveitamento dos aprovados termina em seis meses, o que intensifica a urgência do pedido.
- Perda de talentos: Além das aposentadorias, há evasão de servidores para outras áreas do setor público e para a iniciativa privada.
E o que diz o Ministério da Gestão sobre o concurso?
A convocação de excedentes ainda depende de avaliação do Ministério da Gestão, que precisa considerar os limites orçamentários e a situação de outros órgãos públicos.
De acordo com a pasta, a liberação só ocorrerá após a posse dos candidatos aprovados dentro do número de vagas previsto nos editais dos diversos concursos federais.
Dois dias após o envio do ofício, Galípolo se reuniu com a ministra Esther Dweck na sede do Banco Central. O encontro contou com a presença do secretário-executivo adjunto do MGI, Adauto Modesto Junior, e do diretor de istração do BC, Rodrigo Teixeira.
Lula sancionou a liberação de novos concursos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou recentemente a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, abrindo caminho para um verdadeiro pacote de oportunidades em concursos públicos.
A Lei Orçamentária Anual nada mais é do que o Plano de Orçamento para 2025. Trata-se de um documento que estabelece todas as previsões de gastos do poder executivo para o ano, incluindo as despesas para concursos públicos.
Ao todo, são 85.168 vagas previstas para concursos federais, um salto quando comparamos com as 63.766 inicialmente propostas.
A LOA foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e já confirma a realização de novos concursos públicos federais no decorrer do ano de 2025.
O que muda a partir de agora?
Com o Orçamento aprovado, o cenário dos concursos federais começa a se movimentar. Veja o que acontece com esta decisão:
- Liberação de nomeações de aprovados no Concurso Nacional Unificado (CNU);
- Destravamento de novos concursos, como os do Ibama, ICMBio e Polícia Federal;
- R$27,9 bilhões reservados para reajustes salariais dos servidores, com pagamento retroativo a janeiro;
- Aumento do número de vagas propostas, que ou de 63 mil para mais de 85 mil.
É importante destacar que essas vagas são previsões orçamentárias. Por agora, elas ainda não significam autorizações automáticas para concurso. Cada órgão ainda precisa solicitar a autorização formal.